Rio – Um abrangente panorama do mercado de trabalho aponta o setor de serviços como aquele que mais emprega no país. O levantamento faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, no segundo trimestre do ano passado. O estudo aponta que mais de dois terços (67,7%) da população ocupada trabalhava no setor de terciário (serviços), 14,2% na indústria, 10,4% no setor primário (agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura) e 7,7% atuavam na construção.
Entre 2012 e 2015, o setor terciário teve aumento de quase 2,5 pontos percentuais de participação na força de trabalho ocupada, diante de uma redução de 1,4 ponto percentual no setor primário e de 0,5 ponto percentual para os setores de construção e industrial.
O setor de serviços é formado por 62,4 milhões de trabalhadores. Quase um terço (28,2%) dessa mão de obra é formada por trabalhadores do comércio e do setor de reparação de veículos. Em seguida, o maior contingente de trabalhadores está ocupado em atividades relacionadas aos serviços de interesse público (24,5%), seguidos daqueles que trabalham no setor de serviços profissionais de diversas naturezas (17,3%).
Os serviços domésticos respondem por quase 10% de todos os trabalhadores ocupados no setor de serviços, enquanto as atividades relacionadas com alojamento e alimentação e aquelas referentes a armazenamento, transportes e correio apresentam participação muito próxima (6,9% do total de trabalhadores ocupados no setor de serviços).
“As análises evidenciam que se mantém a tendência da expansão da participação no mercado de trabalho do setor terciário (serviços) em detrimento dos demais setores”, avalia José Afonso Mazzon, da Fundação Instituto de Administração.
Benefício Alimentar
Em meio a esse cenário, também foi feito um levantamento dos trabalhadores beneficiados pelo Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), instituído pelo governo federal há 40 anos e o mais duradouro programa socioeconômico do país. A indústria de transformação era, ao fim de 2014, o setor com maior participação no PAT. Os trabalhadores dessa área respondiam por 25,6% do total de beneficiados com vínculos ativos, seguidos por pessoas em atividades administrativas e serviços complementares, com 15,3%, e do comércio, com 14,2%.
No setor primário, no mesmo período, a participação do PAT era de 14,1% entre os empregados formais. No setor de construção, 31,6% eram beneficiados pelo PAT. Os números indicam que, onde a negociação de dissídios coletivos é mais proeminente, a concessão do benefício alimentar aos trabalhadores tende a ser proporcionalmente maior.
Fonte: O Dia