O Índice de Confiança de Serviços (ICS) da Fundação Getulio Vargas avançou 1,0 ponto em julho, para 82,9 pontos, recuperando parte da perda de 2,8 pontos observada no mês anterior. Na métrica de médias móveis, o índice manteve a tendência declinante, ao recuar 0,9 ponto.
O resultado se dá após uma retração 2,8 pontos em junho, muito motivo pela esfera política e problemas com a instabilidade econômica.
“Os resultados da Sondagem de serviços sugerem a retomada da tendência de melhora gradual nas avaliações sobre a situação corrente dos negócios e acomodação das expectativas, que haviam piorado muito no mês passado”, avaliou o consultor da FGV/IBRE, Silvio Sales.
De acordo com ele, a alta ficou muito apoiado nas expectativas futuras dos empresários. “A leitura mais favorável sobre a situação corrente parece se refletir no indicador que capta as perspectivas para o emprego no setor. O indicador de tendência de pessoal ocupado cresce pelo terceiro mês consecutivo, se aproxima dos 100 pontos e sinaliza uma transição entre fases de desmobilização e expansão do efetivo de mão de obra no setor”, comenta.
Outro fator que parece ter animado os empresários do setor foi a aprovação no Congresso da Reforma Trabalhista, que promete flexibilizar os contratos de contratação e reduzir os custos para empresas do setor.
Outros indicadores
A alta do ICS em julho atingiu 9 das 13 atividades pesquisadas, contra apenas 4 no mês anterior. O desempenho positivo decorreu de melhoras tanto nas avaliações sobre a situação atual quanto das expectativas. O Índice da Situação Atual (ISA-S) do setor subiu 1,1 ponto, enquanto o Índice de Expectativas (IE-S) avançou 0,9 ponto.
A principal influência para a alta do ISA-S em julho veio do indicador de Demanda Atual, que subiu 2,0 pontos para 78,8 pontos, o nível mais elevado desde fevereiro de 2015. A melhora das expectativas para a Demanda nos três meses seguintes exerceu a maior contribuição positiva para a alta do IE-S no mês. O indicador de Demanda prevista avançou 1,1 ponto, para 85,8 pontos, após cair 5,3 pontos em junho.
Impacto do negativo
Apesar da percepção de melhora, a incoporação do aumento do combustível, anunciada na última semana peo governo federal, ainda deve impactar a confiança dos empresários nos próximos meses. De acordo com Flávio Santana Rocha, professor de macro economia da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp) o reflexo pode gerar um impacto que varie entre 2% e 7% nos custos das prestadoras de serviços. “Isso vale para todos os ramos de serviços, mas será o setor de transporte terrestre que mais puxará o indicador para baixo em agosto”, disse.
Para o diretor geral da prestadora de serviços de tecnologia e telecomunicações Elo Digital, Ricardo Reis, os serviços prestados terão que ser renegociados em agosto. “Basicamente nosso serviço é feito na rua, atendendo cliente, o impacto do combustível na nossa frota de carros será de ao menos 5% por viagem”, conta. Com 35 carros disponíveis na empresa, ele lembra que o custo do transporte engloba ainda gastos com seguro, documentação e manutenção.
Fonte: DCI