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Investimento continua travado para serviços

A alta na confiança do empresário de serviços em janeiro, que elevou o indicador ao maior nível desde julho de 2014, parece não ser o bastante para destravar os investimentos represados desde de o início da crise. Ainda esperando resoluções macroeconômicas e políticas, a tendência é que a volta do capital ao setor ocorra após outubro.

De acordo com um levantamento divulgado ontem pla Fundação Getulio Vargas (FGV), no primeiro mês de 2018 apenas 23,3% dos empresários de serviços têm planos de elevar o investimento neste momento. “O setor de serviços voltou a crescer em 2017, mas as projeções ainda tímidas para a realização de investimentos mostram como esta recuperação ainda continua lenta e sujeita a sobressaltos”, comenta o economista da FGV IBRE, Itaiguara Bezerra.

Segundo o especialista, o motivo da cautela são questões macro econômicas. “O empresário se mostra cauteloso em função das incertezas econômicas e políticas, já que a implementação de reformas estruturantes no país, como, por exemplo, a da Previdência, é ainda incerta no curto prazo”, comenta ele.

Para o professor de macro economia da Universidade Federal do ABC, Rui Camargo Reis, entre os serviços que deverão retomar o investimento primeiro está o de transporte terrestre, que poderá aproveitar a retomada de setores da indústria e do comércio. “Ainda assim, quando falamos em investimento desse segmento estamos falando de aportes para retomar o porte que a empresa tinha em 2014, antes da crise, e não para expansão efetiva de mercado”, sinaliza.

Na outra ponta, os serviços prestados às famílias terão uma retomada mais lenta e muito condicionada a percepção do brasileiro sobre suas finanças.

Outros números
Segundo levantamento da FGV o Índice de Confiança de Serviços (ICS) avançou 2,4 pontos em janeiro de 2018, para 91,8 pontos. Com o resultado, o índice atinge o maior nível desde julho de 2014 (92,4 pontos).

“A alta da confiança de Serviços em janeiro decorre de avaliações mais positivas tanto em relação ao período corrente quanto das perspectivas de curto prazo” , diz Bezerra.

O avanço do índice de confiança, que impactou 9 das 13 principais atividades pesquisadas, foi influenciado tanto pelos indicadores da situação atual quanto pelos de expectativas. O Índice da Situação Atual (ISA-S) subiu 1,1 ponto em janeiro, para 86,2 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-S) avançou 3,4 pontos, (97,4 pontos), o maior nível desde março de 2014. “ A melhora na margem ganha ainda maior relevância por sua reverberação entre os diversos segmentos do setor”, comenta.

Na outra ponta, o nível de uso da capacidade instalada na empresa, ou Nuci, recuou 0,6 ponto percentual (p.p.) em janeiro, para 82,3%. Vale lembrar que, apesar de alta nos indicadores, nenhum deles atingiu os 100 pontos, que marca o início da zona de otimismo do empresariado de serviços.

Fonte: DCI

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