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Setor de serviços atrasa a recuperação

Os indicadores do setor de serviços relativos a janeiro de 2018 foram inferiores às previsões dos agentes econômicos, registrando queda de 1,9% em relação a dezembro e de 1,3% em relação a janeiro de 2017. Confirmam-se, assim, os sinais de atraso na retomada do setor, que é, simultaneamente, o que mais contribui para o Produto Interno Bruto (PIB) e o que mais depende da atividade dos outros setores, como indústria e comércio.

Não se mantiveram em janeiro os indícios de retomada exibidos no último trimestre de 2017: o volume de serviços havia crescido 1% entre outubro e novembro e 1,5% entre novembro e dezembro de 2017.

Não há dúvidas de que janeiro, sazonalmente, é um mês fraco para a atividade econômica, como já haviam mostrado os indicadores da indústria. Mas a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou mais dados negativos, como a fragilidade da demanda de serviços por parte das famílias.

O mais provável é que as pessoas que vêm se beneficiando com a inflação baixa e a recomposição das rendas estejam usando os recursos disponíveis dos orçamentos domésticos para adquirir bens duráveis e não duráveis. É o que sugerem os resultados do varejo em janeiro.

“O setor de serviços é mais lento na resposta à recuperação da atividade econômica”, comentou o analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE Rodrigo Lobo. Em resumo, segundo Lobo, a trajetória de recuperação não é clara. Até segmentos que vinham se recompondo voltaram a cair, como transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio.

Entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018, as quedas do volume de serviços que mais contribuíram para os resultados nacionais vieram de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Em contraste, na comparação com janeiro de 2017, São Paulo apresentou o melhor resultado (+0,6%).

Os analistas trataram a PMS de janeiro com cuidado, pois acreditam que os números não permitem afirmar que está em risco a recuperação da atividade econômica em geral.

Ainda assim, dado o peso do setor de serviços no PIB (cerca de 70%), cabe lembrar que as projeções de crescimento de 2,5% a 3% em 2018 estão condicionadas ao aumento da demanda de serviços.

Fonte: Estadão

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