O volume de serviços no Brasil iniciou o segundo trimestre com o melhor resultado em um ano e acima do esperado, seguindo movimentos de outros setores importantes como indústria e varejo.
Em abril, o volume de serviços registrou alta de 1% na comparação com o mês anterior, divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (14). O resultado surpreendeu analistas ouvidos pela Reuters, que esperavam aumento de 0,4%, e foi o melhor índice desde março de 2016, quando houve crescimento de 1,2%.
Em março, a queda foi de 2,6%, em dados revisados pelo IBGE, quando havia interrompido quatro meses seguidos de altas ou de estabilidade.
Setor de serviços
Na comparação com abril de 2016, o setor contraiu 5,6%, pior resultado de abril na série, porém um pouco melhor do que a projeção de queda de 5,8%.
“Basicamente, os serviços estão crescendo a reboque da indústria e da agropecuária”, explicou o coordenador da pesquisa no IBGE, Roberto Saldanha. Segundo ele, o setor de transportes tem ligação com a produção agropecuária, que terá incremento de 30% neste ano.
Em abril, o segmento de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio cresceu 1%, único resultado positivo entre as atividades na comparação mensal. Os segmentos de serviços prestados às famílias e serviços profissionais, administrativos e complementares ficaram estagnados.
O agregado especial das atividades turísticas, por sua vez, mostrou recuo de 2,0% em comparação com março.
O setor de serviços vem sofrendo com o desemprego elevado, porém a inflação baixa dá algum alento, como aconteceu no setor de varejo que, em abril, registrou a maior alta em nove anos.
Abril também foi bom para a produção industrial, quando cresceu 0,6%, muito melhor do que o esperado.
“Mas não podemos dizer que os serviços estão numa trajetória de recuperação consistente”, afirmou o economista-sênior do banco de investimento Haitong, Flávio Serrano. “Estamos observando a economia parar de cair… Está se estabilizando para, num segundo momento, começar a se recuperar”, acrescentou.
Fonte: Folha de S.Paulo