O volume do setor de serviços do Brasil encolheu mais do que o esperado em janeiro, fechando o mês com o pior resultado em seis anos. O tombo se dá após uma incipiente melhora nos negócios do setor, e a expectativa é que a retração não reverta a trajetória de melhora no segmento.
No primeiro mês do ano o volume de serviços prestados encolheu 1,9% na comparação com dezembro, segundo levantamento divulgado na última sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com balanço, os números registrados na margem foi pior desde 2012, quando o indicador de serviços começou a ser mapeado pelo IBGE.
O resultado surpreendeu o mercado, que acreditava em uma estabilidade nos negócios firmados no setor, em um movimento similar aos últimos meses e que sinalizaria que a retomada viria de forma lenta, mas ainda assim constante.
Em novembro do ano passado o segmento havia avançado 1%, além de uma alta de 1,5% em dezembro, que foi o melhor mês do ano para setor.
Comparação anual
Na comparação com janeiro do ano anterior, houve recuo de 1,3% no volume de serviços, enquanto as estimativas de analistas e corretores apostavam em um incremento na casa dos 1%. “De maneira geral, foi uma base mais forte em dezembro, e agora teve redução no transporte de cargas, que foi positivo em 2017. Como isso tem papel importante, pesou no resultado geral”, explicou o gerente da pesquisa no IBGE, Rodrigo Lobo.
No primeiro mês do ano, detalha o gerente, as perdas foram generalizadas, sendo a mais acentuada em Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que encolheu 3%, seguida por Serviços profissionais, administrativos e complementares, que registrou recuo de 1,4%.
A única atividade que mostrou alta no volume no mês foi de Outros Serviços, de 3,8%, em janeiro sobre dezembro.
O IBGE informou ainda que as Atividades turísticas apresentaram o terceiro resultado positivo em janeiro, com alta de 0,3%. Na comparação com o mês do ano anterior, o turismo apresentou estabilidade.
Retomada irregular
Dependente da recuperação da indústria e do comércio, a retomada do setor de serviços vem sendo mais lenta e irregular, em meio à taxa de desemprego ainda elevada no País.
A confiança, entretanto, vem melhorando, e em fevereiro chegou ao nível mais alto desde abril de 2014, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), indicando melhora no ímpeto de contratações nos próximos meses.
Fonte: DCI
