O Globo Online publicou hoje, dia 29, matéria sobre os desafios das empresas para cumprir a Lei de Cotas, que determina a empresas com cem ou mais funcionários a empregar 5% de pessoas com deficiência. Falta de mobilidade e baixa oferta são algumas das dificuldades enfrentadas.
Confira a matéria: Empresas de serviços disponibilizam ofertas de emprego para pessoas com deficiência
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Empresas de serviços disponibilizam ofertas de emprego em dia de inclusão social
Trinta de maio é dia de celebração e, sobretudo, oportunidade para mais de 44 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil. Na próxima sexta-feira, será realizado em todo o país o Dia D, criado para incentivar a inclusão social e profissional de pessoas com deficiência (PcD) e beneficiários reabilitados. A oportunidade se estende também para as empresas que sentem dificuldade em contratar pessoas com deficiência (PcD), principalmente para cargos que não são administrativos.
Empresas do Sindicato das Empresas do setor de Asseio e Conservação do Estado (Seac-RJ) estarão presentes no Dia D, com novas ofertas de postos de trabalho. Somente no Rio, são 215 mil trabalhadores formais. Destes, cerca de 5 mil postos são dedicados exclusivamente para trabalhadores com deficiência física.
“O desafio do cumprimento da cota de deficientes é a baixa disponibilidade de candidatos para as funções básicas, como as de servente e faxineiro, por exemplo. Para as áreas administrativas, a oferta é maior, mas ainda assim não o suficiente para preencher essas necessidades”, observa o diretor secretário do Seac-RJ, José Barbosa.
Segundo o Censo 2010 do IBGE, quase 24% do total da população brasileira é composta por PcDs. Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2012, no entanto, revelam que apenas 330 mil estão no mercado formal de trabalho, o que corresponde a 0,70% do total de vínculos empregatícios.
A Lei de Cotas (8.213/91) determina que empresas com cem ou mais funcionários incluam 2% a 5% de pessoas com deficiência ou beneficiário reabilitado no seu quadro de efetivos. Para cumprir a lei, as empresas do setor de serviços promovem palestras sobre inserção, convênios e divulgam vagas voltadas para PcDs. Para apoiar as empresas, o Sindicato realiza parcerias com associações e entidades voltadas para a inserção deste público no mercado. “Mesmo assim, vemos que a oferta continua a ser sempre maior do que a demanda”, afirma José Barbosa.
No mercado formal, as pessoas com deficiência recebem todos os benefícios garantidos por lei para todos os trabalhadores, como plano de saúde, aposentadoria, FGTS, transporte e alimentação. No setor de serviços, essas pessoas têm ainda a oportunidade de aprender uma profissão, em centros de treinamentos especializados. Apesar de tantos benefícios, existem entraves para a absorção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
Pouca mobilidade
A falta de mobilidade para transitar nas ruas e transportes adaptados para locomoção são alguns dos impeditivos para que os trabalhadores busquem vagas no mercado de trabalho. Outro fator que contribui para a dificuldade na contratação de pessoas com deficiência é que ao serem contratadas, elas perdem o BPC (Benefício de Prestação Continuada). O benefício consiste no pagamento de um salário mínimo a idosos e deficientes com renda per capita familiar inferior a um quarto de salário mínimo. O piso para cargos como serventes, faxineiros, é de R$ 900,00.
“A lei não permite que elas possam acumular o valor da bolsa com o salário. Seria importante que essas pessoas pudessem pelo menos receber por algum tempo ou parte da bolsa, mesmo estando empregadas, pois seria um estímulo a mais”, diz o diretor do Seac-RJ, Edson Schueler.
DIA D – Realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em parceria com os executivos ligados ao Sistema Nacional de Emprego (SINE), a ação tem o objetivo de promover a inserção deste público em oportunidades de emprego nas cinco regiões do país. No Rio, será montado um posto de atendimento na Rua Pedro Lessa, 26 – 6º andar, no Centro, das 8 às 17 horas.
Serão atendidos não só pessoas com deficiência, como também beneficiários reabilitados – pessoas que tenham cumprido o Programa de Reabilitação Profissional pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). O reabilitado, ao final do programa, recebe do INSS um certificado que lhe garante esta condição.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Seac-RJ