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Margens de serviços encolhem em novembro

Cada vez mais distante, a retomada do setor de serviços parece ter sido deslocada novamente no calendário brasileiro. Segundo o Índice Gerente de Compras do IHS Markit (PMI, na sigla em inglês), em novembro, as margens ficaram ainda mais apertadas.

“Os provedores de serviços no Brasil relataram outro mês difícil em novembro, com a atividade continuando a cair a uma taxa acentuada”, afirma a economista do IHS Markit e autora do relatório, Pollyanna De Lima.

Apesar do Índice de Atividade de Negócios ter aumentado em novembro, passando de 43,9 em outubro para 44,4, a pesquisa do IHS Markit apontou para uma nova queda no número de novos serviços contratados, que somada à redução de preços de venda e ao aumento substancial dos valores dos insumos acabaram pressionando as margens no mês de novembro.

“Um corte adicional nos preços dos produtos [oitavo mês consecutivo de queda] não conseguiu evitar que o volume de novos negócios se contraísse, pressionado por uma demanda básica desanimadora”, explica Pollyanna. Segundo respondentes da pesquisa, as pressões competitivas intensas foram os principais motivos para a nova diminuição dos valores.

O volume de produção caiu em cinco dos seis subsetores monitorados, com exceção dos hotéis e restaurantes. Se comparado à pesquisa PMI do Markit para a área industrial, o volume de produção deste setor foi muito mais tênue que o resultado de Serviços.

No período, o Índice Consolidado de dados de Produção, sazonalmente ajustado, cresceu de 44,9 em outubro para 45,3 em novembro, destacando uma acentuada, porém mais fraca, redução da atividade no setor privado.

Novos e velhos pedidos
Segundo o IHS Markit, os entrevistados comentaram que as condições de demanda permaneceram frágeis no mês. No entanto, a taxa de contração foi, no geral, marginal, já que os declínios nos subsetores de transporte e armazenamento e de “outros” serviços foram parcialmente compensados pelo crescimento nos de intermediação financeira, hotéis e restaurantes, correios e telecomunicações, e aluguéis e atividades de negócios. Em comparação com a Indústria, os fabricantes apontaram para uma queda “moderada” nos registros de pedidos.

Na categoria de pedidos em atraso, a tendência de queda, iniciada em agosto de 2015, se mantém. De acordo com a pesquisa do IHS Markit, a taxa de contração deste indicador acelerou, atingindo o seu ponto mais rápido na série histórica da pesquisa PMI, com mais de 10 anos.

Consequências
Desta forma, a expectativa dos prestadores já começa a ser abalada. Apesar do PMI ter mostrado uma expectativa das empresas para a atividade de negócios daqui a um ano fortemente positiva, o indicador é o menor dos últimos três meses. “O sentimento positivo dos entrevistados em relação à atividade no futuro sugere que as empresas esperam que essas condições econômicas difíceis desapareçam”, analisa.

Outra consequência ainda mais preocupante é o volume de demissões. Acompanhando o setor industrial, o nível de emprego do setor diminuiu, mostrando taxas acentuadas em novembro. Segundo os entrevistados, isso ocorreu pela dificuldade de fluxo de caixa e à queda da demanda. “Os dados do PMI consolidado para o quarto trimestre indicam, até agora, uma contração adicional do PIB, dando continuidade à desaceleração da economia brasileira que começou no primeiro trimestre de 2015.”

Fonte: DCI

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